Já
nos habituámos a viver neste limbo, qual bailarina na corda bamba, são as vertigens da ausência. Aprendemos da pior forma que a intensidade desmesurada sufoca a alma e inebria os sentidos. Sabemos que não podemos ser eternos,
porque juntos nos esquecemos de respirar. Mas podemos ir mergulhando juntos,
enquanto tivermos ar para isso, enquanto conseguirmos ser fragmentos de uma
eternidade ilusória, um pleno que jamais conseguiremos alcançar por sermos
excessivamente um do outro. Os excessos nunca são inteiros. Nunca são o
suficiente. É pena.