Não quero que me faças grande, quando sou pequenina, quando caibo nas tuas mãos e me escondo nos teus cabelos. Não quero que me faças mais do que sou, porque sempre que acreditas nisso o meu coração quebra um bocadinho. Eu sou pequenina, Matthew, o meu amor por ti é que é grande, grande demais para caber em mim, grande demais até para ti. E por isso acaba por ser de ninguém, acaba perdido nas ruas, moribundo e a morrer de frio. Porque é que nem a demasia nos é suficiente? E eu gosto quando dizes que gostas dos meus olhos, mesmo quando nem sabes o que eles vêem, e gosto quando dizes que gostas de mim sem saber o borrão emocional que me tornei, ou do peso que o meu coração carrega. Mas eu sinto-me tão leve contigo, Matthew. É tão fácil gostar tanto de ti, sem nunca te chegar a amar. É tão fácil sentir saudades tuas quando estás comigo ao fim da tarde. E talvez nunca te venha a saber mais do que isto, e talvez nunca venha a descobrir se és Outono ou Primavera ou se és feito de chuvas de Verão ou de ventos de Inverno. Talvez nunca te venha a saber de cor. Mas, Matthew, gostar tanto de ti, torna fácil fingir que te amo.