terça-feira, 14 de junho de 2011



Querida Nicole;


Hoje vi-te, pela primeira vez em anos: Estás igual, com os cabelos castanhos-escuros levemente despenteados e os olhos brilhantes. Ainda és a mesma menina-mulher de passos leves e movimentos delicados, ainda danças pelo meio das ruas - vi-o eu – e trazes o mundo nas mãos, bem aconchegado entre os teus dedos pequeninos. A vida não passou por ti, passaste tu por ela, minha pequena flor-de-lis. Ver-te relembrou-me das saudades – oh que saudades -  que tenho de olhar para ti e decorar cada traço teu. Encontrar-te relembrou-me de como o mundo já me pertenceu e do quão forte fui para abdicar dele.
Ver-te assim, leve e sorridente, quase me fez esquecer do monstro que fui e de em quantos fragmentos te quebrei. Agora que penso nisso, abdiquei do mundo para te fazer feliz e, minha querida, ver-te hoje, fez todos estes anos valer a pena.

Com amor;
Matthew