terça-feira, 19 de maio de 2009

Guilherme, meu anjo

Já esperava por ti há tanto tempo que não imaginas. Já te amava mesmo antes de vires ao mundo. Ias ser o meu irmão mais novo, o meu bebé, o meu pequeno anjo querubim (como diz a camille). Falava contigo, ainda estava tu aconchegado dentro da barriga. Tenho a certeza que me entendias, pode parecer estranho mas este tipo de amor não se explica, é o mais verdadeiro. Quando hoje, soube que finalmente podia ver o meu pequenino, que tu finalmente tinhas vindo para o meu mundo, as lágrimas rolaram e o sorriso tornou-se mais do que evidente. Já nada importava, só te queria ver. Tu a minha beleza, o meu tesouro. Corri para o hospital numa alegria contagiante, e diria até inebriante. Queria tanto tanto ver-te. Olhei para ti. Os teus olhinhos bem rasgados, os teus olhinhos cinzentos e o pequeno narizinho, a boquinha bem desenhada, e as tuas mãos pequeninas. Tal qual como eu te tinha imaginado. És perfeito, és o meu bebé. Olhei para ti durante horas, dormias tão tranquilamente que não tive coragem de te acordar. No meio de tantas vozes, eu era a única que me mantinha calada, completamente fascinada. Não sei como conseguias dormir no meio daquela agitação. Quando a minha determinação em manter-me calada foi vencida, murmurei bem baixinho o teu nome. Os teus olhos cinzentos e rasgados abriram-se. Nenhuma voz eufórica te tinha acordado, mas o meu murmúrio tinha conseguido arrancar-te do teu sono. As vozes não faziam parte do teu mundo, e tu ainda não estavas habituado ao meu, por isso simplesmente não reagias. No entanto eu sempre murmurei para ti, e tu sempre me escutaste. Agarraste o meu dedo. Como era maior do que a tua mão. Eras tão pequenino, tão frágil. Quero-te proteger do mundo meu anjo de olhos cinzentos. Por vezes esqueço-me do quanto eu própria sou frágil. És tão pequeno e já provocas tantos sorrisos, és tão pequeno e já me ofereces um lugar onde procurar forças. Tens horas de vida, mas já mudaste tantas pessoas. Apagaste toda a dor que pudesse ter existido na vida dos que te rodeiam e só precisaste de minutos para isso. Tu e essas tuas bochechas que só dão vontade de dar beijinhos provocam sorrisos rasgados, és o meu tesouro. Sabes, tenho medo. Tenho medo que daqui a uns anos já não me ouças. Afinal vamos ter idades tão distantes, não me vais querer ouvir certamente. Mas quero que saibas que vou estar sempre aqui, meu anjo. Vou te proteger de tudo o que conseguir e se precisares de alguém para te ouvir, sabes que a mana está aqui. Hoje alguém menos inteligente disse que tu não eras meu irmão de 'verdade' e sim meio-irmão. Meu querido não acredites, não existem irmãos pela metade, o importante são os sentimentos. Eu amo-te, és o meu bebé e isso chega. E sim sou uma «mana babada»
Meu gui, obrigada. Em poucas horas reciclaste-me e eu que ando há meses a tentar e nunca tinha conseguido. Amo-te