sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Fomos amor num Outono típico,
Fomos calor em tempos frios,
Fomos alegria em quartos vazios,
Fomos cabelos ao vento numa liberdade superficial,
Que talvez não fosse mais do que uma diferença banal.
Tivemos corações frígidos na hora do adeus,
Fizemos preces que não foram ouvidas,
Chorámos lágrimas que não foram sentidas.
E nem tu sabes as vezes que gritei,
Nem sabes as vezes que sonhei
E ainda menos sabes das vezes em que te matei.
Não sabes nada meu amor, nada.
Só Deus sabe o que passei.
Dançámos no silêncio das horas mudas.
Dançámos para acelerar o tempo,
Dançámos para fazer renascer o que devia estar enterrado
Quem sabe, se não tivéssemos dançado tudo tivesse acabado.
Meu amor, sabes quantas vezes rezei para que te fosses?
Sabes quantas vezes implorei para que ficasses?
Não sabes, porque nunca me olhaste verdadeiramente,
Sempre usaste esses teus subterfúgios e disfarces.
Como é que vai ser meu amor?
Acabamos com tudo agora ou dançamos mais uma vez?
Vem, meu amor, vem.
Quero voltar a sentir o teu calor, o teu amor
Sabes que hoje é a última vez, até o voltar a ser.

(Dezembro 2009)