domingo, 26 de setembro de 2010

Sinto a tua falta. Já nem sei quanta vezes escrevi isto, já nem sei quantas vezes chorei no papel as mágoas que o meu coração carrega. Mas a verdade é esta, a verdade é que sinto a tua falta com todas as minhas forças, ou será com toda a força das minhas fraquezas? Tenho tantas saudades tuas que dói, a tua ausência provoca-me uma dor profunda e lancinante, quase irreal. Rasga-me o coração e queima-me as entranhas. A tua ausência enlouquece-me e quase que me esmaga. Mas eu agarro-me essa dor, agarro-me a esta tristeza com todas as forças. Coloco-me bem na beirinha, no limiar da dor, agarro-a e rezo para que não fuja.

Sabes, é que quando deixar de doer, quando a tristeza deixar de me matar aos poucos, é porque uma coisa ainda mais triste aconteceu – eu deixei de te amar. E essa possibilidade é ainda mais complicada de aceitar, a morte do nosso amor, a ausência do sentimento é uma visão bem mais assustadora do que esta mágoa que sinto. Porque, meu amor, com a dor eu aprendi a lidar. De certo modo, todos nós nascemos preparados para lidar com uma certa dose de sofrimento e com o tempo vamos (re)ajustando os nossos limites. Contudo, lidar com o vazio é algo que me ultrapassa, é algo que não aprendi a fazer. Tu bem sabes que sempre fui de intensidades e demasias.

Agarro-me a dor com toda a réstia de força que me resta, porque é quase insuportável estar vazia de ti, quanto mais vazia do nosso amor.