Abro a caixinha onde guardo as nossas recordações e os nossos sonhos. Abro, remexo e sinto. Perco-me naquele mundo, onde tudo era doce, o nosso mundo. Onde reinava a nossa amizade e os nossos sorrisos. Foi naquele mundo que eu cresci. Crescemos juntas, aprendemos juntas. Sou invadida por umas saudades avassaladoras, e procuro o meu telemóvel na confusão que é o meu quarto (de certa maneira é parecido ao meu coração). Ligo-te, não atendes. Deixo mensagem, mas não em alongo muito. Falo da caixinha, das saudades e do quanto gosto de ti. Também largo algumas recoradações nas entrelinhas, e desligo com a certeza de que me vais entender. Sempre fomos parecidas, deve ser por termos crescido juntas, talvez seja por isso que vemos o mundo de uma forma semelhante. E provavelmente é por isso que por mais vezes que nos afastemos, acabamos sempre por nos aproximar. Arrumo a caixinha, no meu quarto mais do que desarrumado e desordenado (tal como a minha vida, sem ti) e saio para rua. Sei exactamente onde te encontrar, sei sempre. Há impulsos que não se deve conter, e este é um deles, preciso de um abraço. Não de um qualquer, um abraço teu.
Até já