Sinto a tua falta. Não tenho palavras para descrever o que sinto. Não sei que dor é esta que sinto, não sei que desilusão é esta que me assombra neste momento. Julguei que estaríamos sempre cá. Juntos para tudo. Vida madrasta, nunca nada é como deve ser. Queria-te abraçar e dizer que estou cá. Mas já nem me ouves. Também sentes esta desilusão e vazio que a distância deixou? Não entendo como nós que éramos (praticamente) irmãos nos afastámos desta maneira dolorosa. São poucas as vezes que uso o «para sempre» mas connosco, achei que seria mesmo para sempre. Tiveste sempre presente, estive sempre presente, estivemos sempre presentes. G&M, ainda te lembras? Eu não consigo esquecer, mas por vezes em vez de ser uma boa recordação, dói. Dói porque nós naquela altura éramos tudo um para o outro, eras o irmão mais velho que nunca tive, eu era a tua menina. Eras o meu pilar. Agora não somos quase nada. Quase não falamos, quase não sorrimos, quase não nos vemos. Vivemos na base do quase, quase que fazemos tudo sem fazermos verdadeiramente nada. Mas há uma coisa que eu ainda não faço pela metade, não consigo. Talvez um dia consiga, agora não. Não consigo gostar de ti pela metade. Também não consigo quase sentir a tua falta. Sinto e pronto, sinto muita falta mesmo. Sinto falta de tudo o que passámos. Os teus conselhos ajudaram-me sempre. Ajudaste-me sempre, fizeste de mim a pessoa que sou hoje. Os meus defeitos não são culpa tua, são feitio, são imperfeições que a vida não teu deu oportunidade de me mostrares como as limar. Tenho me sentido um pouco perdida nestes anos de ausência. «Sometimes I wanna call you, but I know you won't be there» porque é que não estás? Porque é que não te ligo? Porque não me ligas tu? Talvez já não precises de mim, talvez tenhas preenchido o espaço que eu deixei. Quem sabe o que aconteceu? Eu não. Já não falamos há tanto tempo que chego a questionar-me que a tua existência não é apenas loucura minha. Tentei fechar o espaço que deixaste mas não consegui, talvez não queira mesmo fechá-lo. Não te quero apagar de mim, mas também não quero que a tua existência em mim seja em forma de dor, mereces melhor do que isso. Tu sempre foste doce, não mereces que me recorde de ti com dor, mas sim com alegria. Liga-me, liga-me já que eu não consigo pegar no telefone. Já não consigo marcar o número que em tempos estava mais do que decorado. Não consigo, tu sabes que eu nem sempre tenho a coragem necessária para fazer o que tem de ser feito. Nem sempre consigo ser forte. Tenho medo. Tenho medo que já não te lembres de mim, que já não sejas aquilo que eu me lembro. Em tempos foste o meu maior bem, agora és a minha maior recordação. O que mudou? Porque já não estamos presentes como estávamos? Quebramos todas as promessas que havia para quebrar. Não sei porquê. Não consigo entender. Não te culpo por nada, não foste só tu que te afastaste, eu também. Eu também te soltei a mão que costumava agarrar com tanta força junto ao coração. Volta para mim, volta para onde fomos felizes. Não consigo imaginar como estarás agora, passou muito tempo. Tempo demais, tempo que magoa o coração. Volta. Volta, preciso do teu abraço, preciso de ti, preciso de tudo o que representas, preciso da segurança que me davas. Sinto mais a tua falta de ti do que de tudo na vida. E dói. Dói muito. Não existe nada que eu não fizesse para te ver de novo. Tu davas-me aquela força que eu preciso mais do que tudo neste momento, toda aquela que deixaste quando partiste gastou-se e agora preciso de mais. Só tu é que ma podes dar. Parte de mim ficou contigo. O vazio que deixaste é mais que muito. «Some days I feel broke inside, but I won't admit. Sometimes I just wanna hide, cause it's you I miss». Ainda consegues sentir as minhas lágrimas, antes não eram necessárias palavras para me entenderes, e agora? Ainda te lembras da minha voz? Gostava de te ligar, nem que fosse só para dizer que ainda gosto muito de ti e que sinto a tua falta. Mas dói. Dói pela tua ausência, dói pela minha falta de coragem, dói pelas saudades, dói por tudo o que não disse. Se te lembrares de mim, então espero que saibas que preciso de ti, que espero por ti, que sinto saudades. Volta, só tu podes fazer o meu sorriso brilhar como antes, só tu me podes abraçar quando eu preciso, só tu. Não há nada para dizer que já não te tenha dito, as nossas músicas falam só por si (Ainda as ouves, como eu passo a vida a ouvir?).
Sinto muito a tua falta.