Já não choro por ti. Já não vale a pena. Estamos como estamos, pode não ser o que eu queria, mas é o que temos. Sonhei muito, ilusões tornaram-se (a minha) realidade. As ilusões são frágeis, e foram ficando cada vez menos coloridas com o passar dos dias. Ficaram transparentes, desapareceram. Perdi-me e encontrei-me. Não espero mais por ti, se quiseres espera tu por mim, que eu não vou perder mais tempo com dúvidas e ilusões. Nunca te importaste com o que sentia. Para ti estava sempre tudo bem. Para mim não. Já não é um sonho, já não é colorido e brilhante. Não interessa. Os meus lápis de cor partiram-se, as canetas deixaram de escrever, e eu nunca tive muito jeito com aguarelas, acabo por juntar sempre muita água e o desenho fica sem cor. Vou deixar que a vida pinte a (minha, não tua) realidade. Não me digas para ficar, não me desencaminhes para esse mundo outra vez. Já não sou aquela menina que acreditava em tudo o que dizias, já não sou aquela com quem brincavas sem te preocupares com os danos que causavas. Mudei, talvez tenha crescido. Não interessa o porquê, nem o quê. Interessa que recuperei. Interessa que vou viver o que temos agora, sem deixar que as ilusões que plantavas em mim me dominem uma vez mais. Até porque no fim de tudo, eu sou superior a isso. Ou pelo menos gosto de acreditar que sou. Vou deixar que as páginas continuem a passar, este é um novo capítulo e ninguém sabe como vai acabar. Não vou ter pressa para chegar ao final, esta já não é a nossa história, é a minha história. Ainda fazes parte dela, mas não como fazias antes. Vou continuar com a minha vida, com o meu livro. Ainda bem que encerrei o teu capítulo (ou pelo menos, acho que encerrei).