
Sabes que eu sempre gostei de arestas por limar, diferenças escondidas nos detalhes da alma, manias patológicas, feridas por sarar e cicatrizes temporárias. Exageros meus, dirias tu. Nada que se compare à tua recente normalidade. Encolheste-te até caberes no estereótipo do correcto. Anulaste-te até seres um mero cliché. Nada que se compare à gloriosa extravagância de outras alturas, de outros tempos. Tempos em que a tua loucura espontânea me fazia sorrir. Tempos em que me aquecias o coração.

Desculpa-me por já não te amar, mas quando corrigiste a tua alma, ela deixou de encaixar na minha. Faltam-lhe os vértices que encaixavam nos meus cantos. Lamento.